sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Gauchão tem irmão de Cavani, africanos e outros 12 estrangeiros


O Campeonato Gaúcho 2012 começa diferente. Em idiomas diferentes. Não é só o português que será falado nos campos do Rio Grande do Sul. O estadual está ganhando com a presença de estrangeiros. São 13 jogadores de fora do país.

E não são apenas os tradicionais sul-americanos que invadem o futebol do sul do Brasil. O Gauchão tem jogadores de locais pouco habituais: Japão, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe.

Enfermeiro atravessou o Brasil

Willian Barbosa até parece nome de brasileiro, mas não é. O zagueiro do São Luiz de Ijuí nasceu em São Tomé e Príncipe, uma pequena ilha africana, com menos de 200 mil habitantes. O agora jogador veio para o Brasil em 2009 para estudar enfermagem.

Quando chegou ao Brasil, Willian foi estudar na Uniclinic, em Fortaleza-CE. Em meio aos estudos, foi convidado para o time da universidade. Se deu bem, chamou a atenção, optou pelo futebol e abandonou os estudos. Passou pelo Horizonte (CE) e Santa Quitéria (MA) antes de parar no futebol gaúcho.

Atacante perdeu contato com a família

O meia-esquerda Augustian Soares, 22 anos, é chamado de Nconco no Brasil. Chegou em março do ano passado, veio fazer testes no Bahia. Acabou jogando no time sub-23, sendo contratado pelo Pelotas ainda no fim de 2011.

Ele é natural de Guiné Bissau, também na África. Se mostrou um jogador promissor na terra natal. Atuou por Cantchungo e Benfica Bissau, e jogou pelas seleções sub-17, sub-20 e pela principal.

No Brasil, perdeu temporariamente o contato com os familiares. Chegou a ficar dois meses sem ter notícias da terra natal. Guiné Bissau passa por uma crise política e social.

“Passei o Natal e o Ano Novo sem saber como eles estavam. Estou muito contente que todos meus familiares estão bem. Enfim, 2012 começou bem para mim”, comenta.

Sósia de Loco Abreu

Walter Fernando Guglielmone Gomez, o Guly (foto), já é um veterano: 33 anos. Jogou em seis clubes do Uruguai, incluindo os tradicionais Peñarol e Nacional. Teve rápida passagem pelo Ajaccio-FRA e ainda rodou por Paraguai, México e Azerbaijão.

Acabou ganhando destaque por causa do irmão mais novo. Edinson Cavani, 24 anos, é artilheiro do Napoli-ITA e figura certa na seleção uruguaia. Foi semifinalista da Copa do Mundo de 2010.

Guly evita comparações com o irmão, mais famoso e de mais sucesso. Mas terá uma semelhança com Cavani: a chuteira. Da Itália, o atacante prometeu mandar um par para que Guly desfile nos gramados do Rio Grande do Sul. Cabeludo, atacante, uruguaio, logo começou a ser chamado de Loco Abreu, mas ele também não quer esse tipo de comparação.

“Observamos muito o mercado uruguaio, buscamos trazer jogadores pra cá, em razão da proximidade, conseguimos chegar no nome dele. Jogador experiente, fizemos a contratação. Trouxemos também o goleiro Mártin”, explica César Cidade Dias, diretor executivo do Pelotas.

Além de Nconco e Guly, o Pelotas conta com um terceiro estrangeiro: o golerio Mártin Góngora, também uruguaio.

Japonês no Santa Cruz

O Santa Cruz também tem o seu jogador de nacionalidade pouco habitual para o futebol brasileiro: Koji Kanuka. O volante tem 22 anos e jogava na segunda divisão do seu país.

Encontra dificuldades com o idioma. Apenas um companheiro de time fala inglês. O assunto fica um pouco mais fácil com o técnico Paulo Porto, que fala japonês.

Veja a lista de estrangeiros do futebol gaúcho:

Inter: D´Alessandro, Guiñazú, Dátolo e Bolatti (Argentina)

Grêmio: Miralles (Argentina) e Marcelo Moreno (Bolívia)

Pelotas: Guly e Góngora (Uruguai) e Nconco (Guiné-Bissau)

Santa Cruz: Koji Kanuka (Japão)

Caxias: Maidana (Argentina)

Juventude: Nico Martínez (Paraguai)

São Luiz: Alejandro (Argentina) e William Barbosa (São Tomé e Príncipe).


(Ari Resch - GAZ)