Quem assistir aos jogos do Pelotas no Gauchão poderá ver em campo um pedaço do charmoso calcio italiano. Preste atenção quando Guly deixar o túnel e ganhar o gramado da Boca do Lobo. Mire direto nas chuteiras do jogador uruguaio. Pode não parecer, até porque o sobrenome não é o mesmo, mas Walter Fernando Guglielmone Gomez, 33 anos, é o irmão mais velho de Cavani, o uruguaio artilheiro do Napoli.
Assim como o irmão ilustre, Guly é atacante. Simpático e de fala fácil, ele diz ter características semelhantes às do jogador da seleção uruguaia. Destaca, no entanto, algumas diferenças, sem perder o bom humor.
- Ele é um pouco mais magro e sai mais da área. E está em outro nível, né - sorri.
Guly atacante pelotas irmão cavani (Foto: E.C Pelotas/Divulgação)Guly em treino do Pelotas: à espera das chuteiras do irmão famoso (Foto: E.C Pelotas/Divulgação)
O telefone implode o abismo entre os continentes. Guly e Cavani conversam semanalmente. Inclusive, passaram juntos as festas de fim de ano em Salto, a 500 km da capital Montevidéu. Irmãos por parte de mãe, encontraram em Luiz, pai de Cavani, o primeiro espelho. Luiz jogou em clubes amadores, assim como o faz hoje o irmão do meio, Cristian, de 27 anos. Cavani, com 24, é o caçula.
- Desde pequeno, eu já andava com uma bola em todos os cantos da casa. Acabou que se criou o ambiente de futebol - conta Guly.
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Toda essa cumplicidade vira pó dentro de um campo de futebol. A história de contraste da carreira dos irmãos boleiros não vem de hoje. Sempre trilharam caminhos opostos. Guly começou no Nacional, foi treinado por Hugo De Léon, ídolo do Grêmio. Cavani deu suas primeiras investidas no Danubio, também de Montevidéu.
Jamais jogaram juntos, mas se enfrentaram duas vezes. Deu-se mal quem apostou no irmão mais famoso. Disso, Guly pode se gabar: está invicto contra Cavani. No primeiro embate, em 2006, Cavani estava no Danubio, e Guly, no Peñarol. Melhor para o mais velho. Já em 2006, Guly vestia o azul e preto do Liverpool, e não chegou a vencer o irmão. Empatou com o Danubio em 3 a 3, mas anotou dois gols.
- Ele nunca ganhou de mim. Mas, naquele momento, ele tão novo ainda, nunca iríamos imaginar que se tornaria esse jogador de hoje - recorda, orgulhoso.
Guly chega a analisar contratos do irmão famoso
Cavani comemora gol do Napoli sobre o Villareal (Foto: AFP)Cavani é ídolo no Napoli, da Itália (Foto: AFP)
É bom deixar claro: nessa unida e simpática família de Salto, não há espaço para inveja ou qualquer sentimento semelhante. Guly é só elogios à carreira sólida do irmão, que, além do Danúbio, conta com os italianos Palermo e Napoli. Mais do que um bom papo, Guly costuma atacar de conselheiro para o jovem. Cavani chega a passar alguns de seus contratos para o irmão experiente analisar. E vivência não lhe falta. Além de atuar nos maiores clubes uruguaios, já jogou no México, na França e no Azerbaijão. Domina o inglês e se vira bem em francês e até em russo. Confessa que não fala português, mas o entende perfeitamente.
- Sempre tive muitos colegas brasileiros - explica.
Seu último clube foi o Wanderers, do Uruguai. O Pelotas é a sua porta de entrada no Brasil. Para Guly, atuar no futebol brasileiro tem muito significado no currículo de um atleta. Conta que Cavani também ficara contente com a escolha do irmão.
Guly Pelotas (Foto: Divulgação)Guly em sua apresentação em Pelotas (Divulgação)
- Não esperava um estádio tão bom, um bom vestiário como esse - confessa. - E o treinador é um jovem (Carlos Gavião, 31 anos), com muita vontade de trabalhar.
Em tempo, as chuteiras de Cavani ainda não chegaram às mãos de Guly, que as aguarda com indisfarçada ansiedade. No dia 22, diante do São Luiz, de Ijuí, os pelotenses poderão conferi-las na estreia do time na Boca do Lobo. Não será tão charmoso quanto um clássico italiano na histórica Roma ou na estilosa Milão, mas vai colocar em jogo os primeiros três pontos do Gauchão - valiosos como o presente de Cavani para o irmão menos famoso.
Assim como o irmão ilustre, Guly é atacante. Simpático e de fala fácil, ele diz ter características semelhantes às do jogador da seleção uruguaia. Destaca, no entanto, algumas diferenças, sem perder o bom humor.
- Ele é um pouco mais magro e sai mais da área. E está em outro nível, né - sorri.
Guly atacante pelotas irmão cavani (Foto: E.C Pelotas/Divulgação)Guly em treino do Pelotas: à espera das chuteiras do irmão famoso (Foto: E.C Pelotas/Divulgação)
O telefone implode o abismo entre os continentes. Guly e Cavani conversam semanalmente. Inclusive, passaram juntos as festas de fim de ano em Salto, a 500 km da capital Montevidéu. Irmãos por parte de mãe, encontraram em Luiz, pai de Cavani, o primeiro espelho. Luiz jogou em clubes amadores, assim como o faz hoje o irmão do meio, Cristian, de 27 anos. Cavani, com 24, é o caçula.
- Desde pequeno, eu já andava com uma bola em todos os cantos da casa. Acabou que se criou o ambiente de futebol - conta Guly.
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Guly: 'Minha profissão é fazer gols'
Confira tudo sobre o Gauchão 2012
Toda essa cumplicidade vira pó dentro de um campo de futebol. A história de contraste da carreira dos irmãos boleiros não vem de hoje. Sempre trilharam caminhos opostos. Guly começou no Nacional, foi treinado por Hugo De Léon, ídolo do Grêmio. Cavani deu suas primeiras investidas no Danubio, também de Montevidéu.
Jamais jogaram juntos, mas se enfrentaram duas vezes. Deu-se mal quem apostou no irmão mais famoso. Disso, Guly pode se gabar: está invicto contra Cavani. No primeiro embate, em 2006, Cavani estava no Danubio, e Guly, no Peñarol. Melhor para o mais velho. Já em 2006, Guly vestia o azul e preto do Liverpool, e não chegou a vencer o irmão. Empatou com o Danubio em 3 a 3, mas anotou dois gols.
- Ele nunca ganhou de mim. Mas, naquele momento, ele tão novo ainda, nunca iríamos imaginar que se tornaria esse jogador de hoje - recorda, orgulhoso.
Guly chega a analisar contratos do irmão famoso
Cavani comemora gol do Napoli sobre o Villareal (Foto: AFP)Cavani é ídolo no Napoli, da Itália (Foto: AFP)
É bom deixar claro: nessa unida e simpática família de Salto, não há espaço para inveja ou qualquer sentimento semelhante. Guly é só elogios à carreira sólida do irmão, que, além do Danúbio, conta com os italianos Palermo e Napoli. Mais do que um bom papo, Guly costuma atacar de conselheiro para o jovem. Cavani chega a passar alguns de seus contratos para o irmão experiente analisar. E vivência não lhe falta. Além de atuar nos maiores clubes uruguaios, já jogou no México, na França e no Azerbaijão. Domina o inglês e se vira bem em francês e até em russo. Confessa que não fala português, mas o entende perfeitamente.
- Sempre tive muitos colegas brasileiros - explica.
Seu último clube foi o Wanderers, do Uruguai. O Pelotas é a sua porta de entrada no Brasil. Para Guly, atuar no futebol brasileiro tem muito significado no currículo de um atleta. Conta que Cavani também ficara contente com a escolha do irmão.
Guly Pelotas (Foto: Divulgação)Guly em sua apresentação em Pelotas (Divulgação)
- Não esperava um estádio tão bom, um bom vestiário como esse - confessa. - E o treinador é um jovem (Carlos Gavião, 31 anos), com muita vontade de trabalhar.
Em tempo, as chuteiras de Cavani ainda não chegaram às mãos de Guly, que as aguarda com indisfarçada ansiedade. No dia 22, diante do São Luiz, de Ijuí, os pelotenses poderão conferi-las na estreia do time na Boca do Lobo. Não será tão charmoso quanto um clássico italiano na histórica Roma ou na estilosa Milão, mas vai colocar em jogo os primeiros três pontos do Gauchão - valiosos como o presente de Cavani para o irmão menos famoso.
(Lucas Rizzatti - GE)
