terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Sandro Sotilli


Em entrevista ao Jornal da Manhã, Sandro Sotilli, ídolo da torcida aureocerúlea, 38 anos, nascido em Rondinha, falou do que espera no Estadual. Respeitado em todo o Estado o artilheiro foi campeão gaúcho pelo Juventude em 1998, artilheiro do Gauchão de 2002 pelo 15 de Campo Bom e de 2004 pelo Glória de Vacaria.


JM- Como está a tua motivação para disputar mais um Gauchão?
Sotilli- Olha, primeiro por estar jogando já com 38 anos é uma motivação muito grande. Toda manhã que acordo estou feliz em vir treinar, fazer os trabalhos e encontrar os meus colegas. Isso é o bom do futebol e estou desfrutando bastante deste momento. Talvez seja o meu último Campeonato. Me sinto bem integrado ao São Luiz e espero que o clube faça um bom Gauchão. O nosso time está buscando uma melhor formação. Espero que até o dia 22 a gente possa estar com uma equipe bastante equilibrada.


JM- Você tem na cabeça guardados todos os gols marcados no Gauchão?
Sotilli- É verdade. Foi uma conta que fui buscar e percebi que não era tão complicado assim. Era só somar os últimos clubes que passei. É uma marca expressiva que considero e me orgulho muito de fazer parte da história do futebol gaúcho. São 110 gols na 1ª Divisão. Foi importante para mim e os clubes que defendi. Duas vezes goleador, duas vezes vice-artilheiro, uma vez campeão gaúcho, perdi duas finais para o Inter, uma semifinal também. A minha história no futebol gaúcho é muito bonita e tenho orgulho de tudo que fiz.


JM- Você jogou também no México e China. Esta atuação no exterior, o que acrescentou à tua carreira?
Sotilli- Jogar fora do país é um sonho de todo o atleta. Quando era criança queria muito ser jogador de futebol e consegui atingir este objetivo, ser respeitado aqui no Estado. Depois de jogar quatro anos e meio fora do país, um ano e meio na China e três anos no México, para mim foi uma realização muito importante no lado financeiro, no lado profissional e no pessoal também. Conheci novas pessoas, costumes diferentes, fiz amizades. Tudo isso é válido na vida de um jogador. O futebol me proporcionou muita coisa boa e agradeço a Deus por ter me dado esta profissão como dom.


JM- Você foi seminarista e como chegou ao futebol?
Sotilli- Quando terminei o 1º grau, um tio irmão marista que vinha seguidamente à minha casa e gostava de futebol, fez um convite para no futuro ir no Colégio Marista em Viamão. Quando terminei a 8ª Série e por ser uma família do interior, normalmente tinha aquele costume dos pais mandar os filhos para um Seminário, aceitei o convite deste tio que atuava na Coordenação dos Irmãos Maristas para fazer o segundo grau e ingressar na vida religiosa. Fui porque ele falou que lá iriamos jogar muito futebol. Esse foi o motivo maior do convencimento dele. Graças a Deus fiquei três anos no Seminário onde aprendi uma formação boa e depois quando ia começar os primeiros votos cheguei em casa e falei para o meu pai que pretendia tentar a carreira de jogador de futebol. Recebi o apoio da família. Através do prefeito de Rondinha fui aos 18 anos para Erechim fazer testes no Ypiranga sendo aprovado nos Juniores. Alí tudo começou. A passagem que tive no Seminário, para minha formação e meu caráter foram essenciais porque aprendi muitos aspectos positivos que guardo até hoje.


JM- O que você lembra do início no Ypiranga?
Sotilli- Comecei naquele clube e joguei por cinco anos. Fui vendido depois para o empresário Jorge Machado que me colocou no Internacional. O Ypiranga me abriu as portas e tenho um carinho muito grande pelo clube. Nunca mais tive a oportunidade de voltar a defender a equipe, mas isso faz parte do futebol. Guardo com carinho a passagem desde as categorias de base, os Juniores até a chegada aos profissionais. O primeiro gol que marquei em Gauchão foi pelo Ypiranga. Ficou uma lembrança muito bonita.



(Jornal da manhã de Ijuí)

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